6 cursos para aprender física pela internet

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Foto: Reprodução / Tumblr

Pedimos desculpas, leitor amante das humanidades, mas não há mais desculpa para manter as exatas longe das suas vidas. Stephen Hawking é tão cabalístico que há uma coletânea de suas sombrias previsões para o futuro do planeta. Neil deGrasse Tyson é um astrofísico tão pop que deu até uma entrevista para o nosso repórter André Jorge de Oliveira. E Stranger Things é tão deliciosamente forrado de conceitos como mundos paralelos e buracos de minhoca que é difícil discordar: a Física é um negócio incrível, e esses exemplos sequer arranham a superfície.

Uma boa e velha fórmula, porém, é sempre capaz de intimidar os amantes da história ou da literatura. A GALILEU quer te ajudar a superar o trauma das intermináveis provas do ensino médio, e selecionou sete cursos, dos mais simples aos mais avançados, para quem quer saber mais sobre física sem pressão – e sem chances de reprovação.

O canal Física Universitária, do Instituto de Física (IF) da USP

Gil da Costa Marques é professor titular do Instituto de Física (IF) da USP, e seu canal no YouTube é puro sucesso. Com sua voz grave e pausada, ele gravou um verdadeiro acervo de aulas de física de nível universitário. Marques não poupa ninguém de equações bem mais difíceis que as do ensino básico – ninguém disse que seria fácil –, mas um pouco de atenção e dedicação bastam para entender o mundo um pouquinho melhor.

A disciplina Física Geral I da Unicamp, disponível no canal Univesp TV

Há quem diga que o vestibular não é sua primeira prova difícil, mas sua última prova fácil. Mas os alunos que passam no vestibular de física da Unicamp não sofrem tanto assim nas primeiras aulas do curso, ministradas pelo professor Luiz Marco Brescansin. Ele apresenta aos estudantes as bases das disciplinas que virão a seguir – e, de quebra, explica alguns dos princípios da física para nós.

O curso de Física Básica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, disponível no Veduca

O Veduca disponibiliza online cursos de todas as áreas para todos os níveis de conhecimento. Todos eles ministrados por professores das melhores universidades do mundo. Nem todos estão legendados, e é difícil encarar uma aula sobre radiação ou partículas subatômicas em inglês, mas você pode começar com as aulas introdutórias do professor Vanderlei Salvador Bagnato. Sim, o vídeo é antigo, mas a física é centenária, então ignore esse detalhe.

O Me Salva!, o melhor canal do YouTube para quem… precisa se salvar

Se você não precisa de física universitária para matar as curiosidades da vida, mas sim de uma última revisão de conceitos para uma prova nababesca, o Me Salva! pode ser o que você procura para salvar sua pele. O canal têm aulas tanto de nível médio quanto superior, e tudo é literalmente desenhado, sem deixar espaço para dúvidas.

As aulas de mecânica clássica do professor Walter Lewin no MIT em 1999

Caso a lista acima esteja fácil demais, podemos desafiá-lo com uma mudança de língua. Que tal uma série de aulas sobre mecânica clássica do astrofísico holandês Walter Lewin no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que foram disponibilizadas, com legendas em português, no YouTube? Fica a dica.

A disciplina de Bioenergética da Universidade de Brasília (UnB), disponível no Veduca

E se você é graduado em física e está triste por ter encontrado choro de humanas em vez de um desafio estimulante para o final de semana, uma ótima pedida é tentar algo interdisciplinar. Nas aulas disponíveis gratuitamente no Veduca, o professor Fernando Fortes de Valencia explica como as leis da termodinâmica atuam sobre o crescimento e a multiplicação dos seres vivos.

Fonte: Revista Galileu

Aula em casa e dever na escola: sala de aula invertida

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Já imaginou como seria se os estudantes assistissem às aulas em casa e fossem para a escola fazer os deveres?

Essa ideia de inverter os espaços de aprendizagem foi experimentada pelos professores de Química Jonathan Bergmann e Aron Sams, em 2007, em uma escola rural do Colorado, nos Estados Unidos.

Os dois professores perceberam que, muitas vezes, o motivo da infrequência de alguns alunos ocorria por causas diversas, como competições esportivas e uma série de dificuldades que os deixavam atrasados em relação à turma. Eles começaram a gravar aparte expositiva das aulas para que os alunos pudessem vê-las em casa, além de evitar que os professores tivessem que repetir a explicação do conteúdo para os alunos ausentes.

Um software gravava apresentações Power Point em formato de vídeo, incluindo voz e anotações, e, depois, o conteúdo era publicado em um site. Com esse recurso, os estudantes podiam assistir aos vídeos quantas vezes quisessem, pausar o conteúdo para fazer anotações, o que, às vezes, eles não conseguem fazer com o professor em sala de aula.

Com esse novo método, conhecido como sala de aula invertida (flipped classroom, em inglês), os professores perceberam que as maiores dificuldades dos alunos surgiam quando eles faziam as tarefas, e não na aula expositiva. “A mágica realmente acontece na aula. Como a parte expositiva ficou fora da sala, em classe você pode ajudar mais como um tutor do aluno, acompanhá-lo de perto. O professor pode desenhar atividades mais intrigantes, projetos de aprendizagem, experimentos, debates”, explica Bergmann.

Em 2012, os professores lançaram um livro que se tornou um best seller mundial,  já traduzido em mais de nove países. A versão em português foi lançada esse ano e chama-se “Sala de Aula Invertida – Uma metodologia ativa de aprendizagem”, pela Editora LTC.

Já alguns anos, a chamada educação à distância, que utiliza também recursos audiovisuais, permite aos professores oferecer uma educação personalizada aos alunos, que aprendem em seu próprio ritmo.

Segundo os professores, a vantagem da sala de aula invertida é a mudança do papel do professor, que deixa de ser apenas um transmissor do conhecimento para atuar mais como orientador dos alunos.

Dentre as razões que eles indicam para que outros profissionais adotem o método estão: a inversão fala a linguagem dos estudantes de hoje (conectados, usuários de diversos recursos digitais); ajuda os alunos ocupados (aqueles que faltam às aulas, que moram longe, que estão sobrecarregados); ajuda os que têm dificuldade de aprendizado (eles podem pausar e voltar o vídeo com a explicação, o que não é possível em uma aula tradicional, e ganham mais atenção do professor durante as tarefas em sala); aumenta a interação do professor com os alunos, que passa a circular na sala interagindo com eles durante as atividades; muda o gerenciamento da sala de aula, acabando com problemas com alunos que atrapalham os colegas; permite que os pais participem mais e aprendam junto com seus filhos em casa; e induz ao que os autores chamam de “programa reverso de aprendizagem para o domínio”, no qual os alunos progridem dentro do seu próprio ritmo, caminho que os autores optaram por seguir e desenvolveram ao longo de anos.

Mas e se os alunos não tiverem acesso à internet em casa? Bergmann disse que esse problema pode ser resolvido com DVDs, como quando ele e seu colega começaram com o método, há quase 10 anos. Há escolas que fornecem espaços para os alunos assistirem aos vídeos ou ainda outros materiais que o professor pode usar. No livro, os professores ensinam, ainda, um passo a passo como gravar vídeos motivadores para os alunos.

“Não é um novo modelo de certa forma, mas de alguma maneira é. É um jeito melhor para os estudantes aprenderem de forma livre. Com o advento da internet e a facilidade de criação de vídeos (Youtube e tal), eu acho que a época é propícia para esse modelo. Acho que tivemos o ‘timing’ certo”, afirma Bergmann.

Fonte: Greenme

 

Ministro anuncia reforma do ensino médio e fim de várias disciplinas

“Enxugamento” já havia sido proposto na campanha presidencial de 2014 por Aécio Neves (PSDB), um dos principais aliados do governo Temer

O ministro da educação Mendonça Filho anunciou que a reforma do Ensino Médio é uma das prioridades do MEC. Matéria da Folha de S. Paulo de sexta-feira aponta que o governo quer mudanças nessa área até o final deste ano. Se necessário, será usada inclusive uma Medida Provisória para isso, dizem técnicos do governo.

Segundo informações de assessores do MEC, os pontos centrais da reforma preveem um Ensino Médio “enxuto” e um currículo mais “flexível”.

Na prática, isto pode significar o fim ou fusão de várias disciplinas, como Filosofia, Sociologia, História e Geografia.

Na verdade, esse “enxugamento” já havia sido proposto na campanha presidencial de 2014 por Aécio Neves (PSDB), um dos principais aliados do governo Temer. A presidenta Dilma Rousseff (PT) também mostrou-se simpatizante da medida.

A proposta do governo deve encontrar forte resistência entre os educadores de todo o país. “Cortar disciplinas é algo inaceitável”, diz Sandra Marques, professora da Rede Estadual de Pernambuco.

Por: Fábio Assunção

Estudante desenvolve projeto de incentivo para meninas na robótica

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Foto: Reprodução

 

Em agosto deste ano, a jovem Ana Carolina Queiroz, de 18 anos, embarca para a China com uma importante missão: representar o Brasil no Summit Girls(20), um congresso que reúne meninas representantes dos países do G20 e dos sindicatos africanos e do Oriente Médio. O objetivo é fazer com que as 24 escolhidas discutam sobre o engajamento econômico e o empoderamento feminino.

Queiroz foi selecionada por Farah Mohamed, a criadora do evento. A estudante brasileira se destacou por desenvolver um projeto que visa estimular meninas a participarem do ramo da robótica. “Meu projeto busca empoderar meninas de 10 a 14 anos que estão entrando na robótica e mostrar para elas que aquele espaço também é delas”, explica ela em entrevista à GALILEU. “Também vou formar mentoras com idades a partir de 15 anos para serem líderes e terem uma relação de amizade com as meninas mais novas.”

A ideia surgiu a partir da experiência de Queiroz, que se encantou com a robótica aos 11 anos, em um projeto escolar. Por muito tempo ela foi a única menina da turma, o que resultou em situações de machismo. “Naquela época eu ainda não sabia o que era o machismo, mas sentia que tinha alguma coisa errada”, conta. “Os meninos me subestimavam e tentavam me colocar para baixo. Era um ambiente muito masculino, eu tinha que trabalhar três vezes mais do que eles para provar meu valor.”

 

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Ana Carolina Queiroz, de 18 anos, representará o Brasil no evento Girls. Foto: Reprodução

 

Por conta disso, a estudante está desenvolvendo um site de seu projeto — que está previsto para ser lançado no segundo semestre de 2016 — no qual disponibilizará materiais de estudo para as alunas e textos de apoio, tanto sobre robótica quanto sobre feminismo, para as mentoras. O objetivo é fazer com que as meninas mais novas se sintam confortáveis nos espaços de trabalho, além de ver as mais velhas como exemplos que podem seguir.

Uma vez pronto, o projeto será realizado em parceria com escolas que têm aulas de robótica, além de empresas de tecnologia que possam oferecer computadores e aparelhos adicionais para instituições na periferia, para que mais meninas possam ter acesso aos conteúdos.

A estudante tem ainda uma outra viagem empolgante marcada: em setembro ela se muda para os Estados Unidos para estudar na Universidade Stanford, na Califórnia. Para quem quer ser como Queiroz quando crescer, ela aconselha: “Não se sinta intimidada por algo por que dizem que é de menino. Quando somos mais novos nos importamos muito com o que os outros pensam, mas na vida adulta isso não importa mais.” Fica a dica para um futuro brilhante.

 

Fonte: Galileu 

Estudante desenvolve aparelho para atletas e ganha destaque internacional

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Natália representou o Brasil em evento na China (Foto: Acervo Pessoal)

Fã de exercícios físicos, Natália Jardim, moradora da cidade gaúcha de Novo Hamburgo, pesquisou sobre a necessidade de hidratação durante atividades físicas para seu trabalho de conclusão do curso técnico em Eletrônica, no início de 2014. “Descobri que a mudança de temperatura corporal pode mostrar o nível de hidratação das pessoas”, conta Natália.

Com esses dados, ela criou o Monitor de Reposição Hídrica Corporal, um dispositivo móvel utilizado no pulso durante os exercícios. Ao detectar variações na temperatura do usuário, o aparelho envia alertas sonoros avisando que é a hora de se hidratar, além de mostrar a quantidade de líquido a ser ingerido no momento.

O projeto rendeu à jovem o Prêmio Killing de Tecnologia, por meio do qual teve a oportunidade de divulgar seu trabalho em evento realizado na China em 2015.

Ficha técnica

Nome: Natália Hedlund Jardim
Nacionalidade: Brasileira
Profissão: Universitária
Feito: Criou um projeto de reposição hídrica e foi premiada por essa pesquisa

Fonte: Galileu 

Tecnologia a favor do meio-ambiente

Desde 1972, o Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado em 5 de junho. A data foi estabelecida durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, e tem como objetivo reforçar os constantes problemas ambientais enfrentados por todo o planeta, assim como a importância da preservação de seus recursos.

Foi também nessa época que o conceito de desenvolvimento sustentável começou a tomar forma. Segundo informações do livro Gestão Socioambiental Estratégica, de Luís Felipe Nascimento, Ângela Denise da Cunha Lemos e Maria Celina Abreu de Mello, logo após a realização da Conferência, diversos países começaram a estruturar órgãos ambientais e legislações que tornaram o ato de poluir uma prática ilegal. Discussões sobre a racionalização do uso de energia e a busca por combustíveis mais limpos também ganharam força.

Vale lembrar que o conceito de desenvolvimento sustentável está intimamente ligado a capacidade de atender às necessidades das sociedades atuais sem comprometer as futuras gerações. “Os princípios sugerem que é preciso desenvolver uma economia que privilegie o crescimento econômico, alterando a qualidade desse crescimento para torná-lo mais equitativo e menos intensivo no uso de matérias-primas e energia, destacando o papel dos avanços científicos, tecnológicos e inovadores”, ressalta a Profa. Dra. Anapatrícia Morales Vilha, Coordenadora da Agência de Inovação da UFABC.

Cenário atual
Passados 44 anos do evento organizado pela ONU, as dificuldades na área de preservação ambiental ainda são muitas. De acordo com um grupo* de docentes dos Cursos de Tecnologia em Saneamento Ambiental e Engenharia Ambiental da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, a maioria dos problemas atuais está interligado aos elevados índices de consumo de recursos materiais e energéticos. A rápida elevação da temperatura média do planeta, por exemplo, é um efeito antropogênico. Ou seja, apesar de ter componentes naturais associados a eles, somos os grandes responsáveis por esse fenômeno.

Entretanto, a boa notícia é que o desenvolvimento tecnológico deixou de ser visto apenas como vilão para tornar-se um auxiliar na minimização dos efeitos negativos das atividades produtivas para o meio ambiente. Há várias inovações que favorecem a convivência mais adequada dos seres humanos com o planeta. Outro ponto positivo é que governantes, empresários e população estão assimilando a importância disso.

No entendimento dos docentes da Unicamp, os consumidores estão cada vez mais preocupados com a degradação do meio ambiente e exigem soluções menos impactantes, o que exige posicionamento e investimento das empresas. Além disso, várias universidades brasileiras têm se destacado no quesito inovação, contribuindo com soluções que trabalham pela redução do impacto ambiental.

Com a ajuda do nosso time de especialistas, selecionamos quatro inovações tecnológicas que proporcionam (ou vão proporcionar) diversos benefícios para o meio ambiente:

1. Tecnologia da Informação
O uso de satélites combinado à popularização da internet permitiu que pessoas de todo o mundo evitassem deslocamentos, antes vistos como imprescindíveis. O próprio uso do GPS e de outros aplicativos de geolocalização contribuem de maneira decisiva para a redução da emissão de CO2.

“Na área da agricultura, a utilização desses softwares ajuda na diminuição do uso de insumos, fertilizantes e pesticidas. Também é possível economizar diversas etapas no processo de plantio, o que significa menos gases lançados na atmosfera”, explica José Maria da Silveira, professor do Instituto de Economia da Unicamp.

2. Energia Solar
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nergia elétrica é imprescindível para facilitar a vida das pessoas. No entanto, sua produção pode representar uma agressão considerável ao meio ambiente, tanto no caso das termoelétricas, que utilizam a queima de combustíveis fósseis, como no das hidrelétricas, que geram enormes impactos na região onde são instaladas .

Por ser uma energia abundante e inesgotável, a energia solar mostra-se uma ótima opção para a universalização da eletricidade. Pelo seu clima propício em nosso país, a previsão é que em alguns anos as placas solares tornem-se algo comum nos domicílios e até que pequenos investidores “vendam” esse tipo de energia.

3. Biocombustíveis
Ainda no ramo de fontes de energia sustentáveis, o Brasil apresenta uma produção significativa de etanol. “O cultivo de cana de açúcar cresceu bastante nos últimos tempos. São mais de 400 usinas sucroalcooleiras em todo o país”, ressalta Anapatrícia Morales Vilha.

Além de ser uma fonte renovável de energia, a produção de etanol a partir da cana apresenta uma balanço nulo de produção de CO2. Isso porque durante sua fase de crescimento, a planta sequestra a mesma quantidade de gás emitido durante a fase de fabricação e utilização do combustível.

4. Tratamento da água
O uso de tecnologia para a purificação de águas residuais é uma das principais tendências do momento. De acordo com o grupo* de docentes da Unicamp, um bom exemplo refere-se à utilização de processos oxidativos avançados no tratamento de esgotos, capaz de promover a degradação de vários poluentes, resultando, assim, em uma água de excelente qualidade.

“A matemática ajuda a admirar o mundo de uma outra maneira”, diz matemático

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(FOTO: DIVULGAÇÃO/ BRITISH COUNCIL)

 

Maio foi um mês especial não só para o matemático Jackson Itikawa, como para a ciência no geral. O professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP (ICMC), em São Carlos, venceu a etapa brasileira do FameLab, uma das maiores competições de divulgação científica do mundo, idealizada pelo British Council. Neste ano, o primeiro no qual o Brasil participou, o evento contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Na competição, de forma brincalhona e usando o exemplo do próprio hotel onde ficou hospedado, Jackson explicou como vários conjuntos infinitos poderiam caber dentro de um conjunto infinito — um paradoxo matemático criado pelo matemático alemão David Hilbert. “O hotel de Hilbert tem infinitos quartos e, mesmo se estes quartos estiverem todos ocupados, você consegue um novo”, explicou ele, que encantou o júri e a plateia. Agora, Jackson está na Inglaterra, onde deve fazer duas apresentações diferentes, nos dias 7 e 12 junho.

 

URL: Veja a apresentação dele no vídeo abaixo e acompanhe a conversa sobre a beleza da matemática e como ela pode se relacionar a temas como religião e filosofia.

Muita gente acha que muito do que se estuda na matemática não é aplicável na vida real. Uma piada famosa é aquela do: “Mais um dia se passou e eu não usei a fórmula de Báskara”. Qual importância dos estudo teóricos da matemática?

Eu sempre acho muito válido quando alguém pergunta para que serve a matemática. Mas quando a humanidade cria arte, música ou teatro, por exemplo, ninguém pensa em como isso pode ser aplicado na vida real. Eu acho que a matemática também oferece essa possibilidade, ela oferece uma maneira de enxergar o mundo que não é habitual. Acho que ela cumpre estes dois papéis: o de ser aplicada às necessidades que temos, mas também nisso de admirar as coisas de uma outra maneira.

Tem um exemplo bonito no livro The Divine Proportion, do H.E. Huntley. Ele diz que a beleza do arco-íris é acessível a todos. Mas quem sabe que em cada gotícula de água ali presente acontece um fenômeno chamado de refração que é reponsável por dividir a luz naquele espectro de cores tem uma experiência diferente. Esse conhecimento faz com que você tenha acesso a um outro nível de beleza.

Uma outra dica legal de como a matemática pode servir para enxergar o mundo com outros olhos e, em particular, para perceber a arte com outros olhos, é a série Arte & Matemática, produzida pela TV Cultura e apresentada pelo brilhante Luiz Barco. Um artigo do professor Tom Marar, daqui do ICMC, que trata de uma obra de arte chamada Unidade Tripartida, que ganhou uma bienal de arte, também pode ser interessante.

Agora falando sobre a seu pós-doutorado, poderia explicar sobre o que você estuda?

Meu pós-doutorado é em uma coisa chamada teoria qualitativa de equações diferenciais. Estas equações diferenciais servem para modelar qualquer tipo de fenômeno, desde físicos (El Niño, órbitas dos planetas, etc), até biológicos (competição entre predador e presa, por exemplo, ou a atividade neuronal), químicos (interações e reações entre substâncias químicas), engenharia, economia e muitos outros campos do conhecimento humano.

Então, de forma prática, os resultados da sua pesquisa poderiam ajudar tanto o meio ambiente quanto na construção de um prédio?

De fato, a minha pesquisa está ligada a um problema que se chama o 16º problema de Hilbert. O Hilbert foi um grande matemático alemão que fez uma lista de 23 problemas, que poderiam guiar a matemática do século 20. E muitos destes problemas tinham relações com aplicações reais. Esse problema em particular, o 16º, estuda a periodicidade do fenômeno El Niño. Outras aplicações que eu já vi dessa teoria qualitativa são nas atividade dos neurônios, que podem ser modeladas e estudadas.

Na sua apresentação no FameLab você falou sobre números infinitos. Qual é a relação deles com a sua pesquisa?

Na verdade, eles não têm uma relação. As equações diferenciais são o outro extremo do infinito, que é o infinitamente pequeno. E lá eu falei de infinitamente grande. Mas agora na apresentação da Inglaterra, preciso de dois novos temas. E acho que vou conseguir relacionar com minha pesquisa, porque virtualmente podemos modelar tudo. E encontrei um material de um pesquisador do MIT que modela o amor num certo sentido.

E como essa questão dos infinitos se relaciona com a filosofia?

O matemático Georg Cantor foi o principal responsável pelo início das pesquisas sobreconjuntos infinitos. Ele dizia, por exemplo, que um subconjunto tem o mesmo tamanho de um conjunto com tamanho infinito. É uma coisa que na época era inovador até para os matemáticos colegas dele. Ele acabou recebendo muitas críticas.

Cantor mostrava que existiam infinitos de tamanhos diferentes. Um exemplo é que o infinito dos números naturais (0,1,2,3…) é menor do que o infinito dos números reais (que além do 0,1,2,3, tem também o pi, a raiz quadrada de 2, etc…).Se você tenta relacionar cada elemento dos números naturais com cada elemento dos números reais, vai sobrar elementos dos naturais.

Então, a filosofia e a religião entram nesta história porque, se Deus é infinito, qual destes infinitos ele é? Dos naturais ou dos reais? Tem um infinito que seria o maior de todos e esse seria Deus? Você vai obtendo conjuntos cada vez mais infinitos e essa cadeia nunca acaba? Foram questionamentos que, na época, a filosofia fez.

Você acha importante essa relação entre as áreas diferentes do conhecimento?

Acho que é interessante mostrar que existem estas relações para quem está começando a estudar. Uma relação que eu acho muito bacana vem do começo do século 20, quando todos os cientistas achavam que já tínhamos atingido o ápice, que nada mais poderia ser inventado. Aí surgiu na física a física quântica, que é uma física completamente nova. Aparece o Princípio da Incerteza de Heinsenberg, que afirma que você não pode determinar com precisão ao mesmo tempo a velocidade e a posição de um elétron. Na matemática, aparecem os teoremas de Gödel, que dizem que um sistema vai conter informações dentro dele que você não pode provar como verdadeiro, nem como falso. É uma loucura.

Com isso, as artes e outras áreas começam a ser afetadas também. Daí você tem o surrealismoe outros movimentos que são influenciados por estas incertezas que rondam o mundo. Acho isso bonito porque mostra como o as produções humanas caminham juntas, tudo faz parte de uma coisa única, que é o conhecimento e a sabedoria que o homem vai acumulando ao longo do tempo.

E como você avalia a divulgação da ciência no Brasil?

Temos divulgadores muito bons por aqui. No Facebook, por exemplo, o ICMC, tem uma coisa chamada Seminário de Coisas Legais, que são seminários dados por graduados ou pós graduados que tem a mesma ideia do FameLab, de tratar de temas complexos de forma descontraídas.

Também não posso deixar de agradecer aos mestres que sempre me incentivaram a aprender mais. Aqui no instituto, temos a Maria Aparecida Soares Ruas, uma matemática de fama mundial, uma das pessoas mais incríveis e geniais que conheço. Ela é muito acessível e sempre estimula todo mundo a aprender mais. É a partir de exemplos como este da Cidinha, como a gente a chama, que a gente acaba contamidado por este amor à ciência e acaba querendo aprender mais.

‘Cidade perdida’ encontrada na Grécia foi feita por micróbios

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CONSTRUÇÕES ENCONTRADAS ERAM MUITO SEMELHANTES ÀS FEITAS POR HUMANOS (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Recentemente, pesquisadores encontraram uma ‘cidade perdida’ no fundo do mar da ilha Zakynthos, na Grécia. No lugar, foram encontrados pisos pavimentados, pátios e bases de colunas. Mas uma coisa surpreendeu os mergulhadores que investigavam o local: não havia nenhum artefato tipicamente encontrado em ruínas, como cerâmica, moedas e outras coisas que indicam que pessoas habitaram o ambiente, em algum momento.

ntrigados com o mistério, os cientistas gregos se dedicaram a analisar o material de que eram feitas as estruturas. Como se a história já não estivesse suficientemente absurda, os pesquisadoresdescobriram que as ruínas eram, sim, muito antigas, mas não haviam sido feitas por humanos.

Alienígenas, seres extraterrenos, criaturas intraterrenas? Não, nenhum desses foi responsável pela construção das ruínas. De acordo com os pesquisadores, as construções encontradas foram criadas por micróbios.

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‘PAVIMENTO’ GEROU DÚVIDAS ENTRE OS PESQUISADORES (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Em reportagem ao jornal The New York Times, a equipe de pesquisa, composta por profissionais da Universidade de Atenas, da Grécia, e da Universidade de East Anglia, da Inglaterra, afirmou que o que eles acreditavam que eram colunas e pisos pavimentados eram, na verdade, construções feitas por metano que escoa ao fundo do mar e é oxidado por micróbios. O resultado desta mistura é um cimento dolomítico conhecido como concreção.

Fechada para visitação, a localidade, que fica a cerca de 30 metros da superfície, ainda está sendo estudada e novas descobertas devem ser reveladas nos próximos tempos.

Empresa italiana planeja construir nave que “caminha” sobre as águas

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marca italiana de mini-iates Jet Capsule está desenvolvendo uma verdadeira nave espacial aquática, com potencial para abrigo anti-apocalipse zumbi. Trata-se do UFO, Objeto Flutuante Não Identificado (na sigla em inglês), que, quando estiver pronto, viajará pelos mares a uma velocidade de 6,5 km/h, usando um motor elétrico de propulsão a jato d’água. O responsável pela energia do motor é um painel solar de 40m², que fica no teto do veículo.

Os designers Pierpaolo Lazzarini e Luca Solla afirmam, no site da empresa, que turbinas movidas a vento e à água também podem ser acopladas. A ideia é que elas gerem energia em dias nebulosos, que poderia ser aproveitada em todo o resto do veículo. E isso inclui um nível submerso com banheiro, quarto e uma janela na qual é possível observar o mar sob os pés.

Os fabricantes afirmam que é impossível afundar o UFO, por isso ele é seguro em mar revolto.“A estrutura principal do veículo pode ser alinhada com um compasso, mantendo o ângulo de orientação nas direções cardeais, mesmo quando o oceano estiver agitado”, anunciaram.

Por enquanto, a ideia está no papel, mas a Jet Capsule está procurando investidores para torná-la real. O valor da brincadeira pode chegar a 800 mil dólares.

Embaixada dos EUA abre inscrições para o Programa Jovens Embaixadores 2017

As inscrições vão até 19 de agosto de 2016, venha fazer parte dessa experiência incrível!!!

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A Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil lança a edição 2017 do Programa Jovens Embaixadores que celebra os 15 anos de sua criação. Para esta edição comemorativa, a Missão preparou um vídeo especial contando a história do programa e como ele mudou a vida de mais de 460 estudantes da rede pública brasileira durante esses anos. O programa permite aos participantes aprimorar as suas habilidades em liderança, conhecer uma nova cultura, interagir com jovens americanos e buscar oportunidades de crescimento pessoal e profissional. O Programa Jovens Embaixadores não é somente um intercâmbio, mas também, um empoderamento a jovens que querem ter a chance de mostrar que são capazes de vencer.

“Mais de 460 alunos já participaram do Programa Jovens Embaixadores durante esses 15 anos! Eu adoro esse programa e mal posso esperar para conhecer os próximos participantes! Venha fazer parte dessa experiência incrível”, disse a embaixadora Liliana Ayalde.

Para assistir o vídeo e se inscrever no programa de 2017, acesse o site: www.facebook.com/jovensembaixadores.

Programa Jovens Embaixadores:

O programa é destinado a jovens de 15 a 18 anos, que cursam o ensino médio na rede pública e que são exemplos em suas comunidades, por meio de sua liderança, excelência acadêmica e conhecimento da língua inglesa. O programa é financiado pelo governo dos Estados Unidos e conta com o apoio de parceiros dos setores público e privado.

Ele foi criado pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e o primeiro grupo viajou em 2003. A partir de 2012, o programa passou a ser reproduzido em todos os países do continente americano. Desde 2003, 467 jovens brasileiros já participaram do programa. Os parceiros nessa iniciativa são: o Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e as Secretarias Estaduais de Educação, a rede de Centros Binacionais Brasil-Estados Unidos, e também, as empresas FedEx, MSD, Microsoft, Bradesco, IBM e a Boeing Brasil.